Jesus Cristo Versus Durango Kid- Um Conto.
1946 ou 1947. Era uma Semana Santa em Recife, e como era costume em todos os anos nesta ocasião, o popular Cinema Glória, da Empresa A. C. Leite, no bairro de Afogados, exibia nas quintas e sextas feiras A Vida de Cristo, em sessões que começavam às 10 horas da manhã e iam até a meia noite.
O programa duplo- normalmente um policial e um faroeste e mais dois episódios de um seriado de cinema - lançado na segunda feira ia até a quarta e voltaria ao cartaz no sábado e no domingo, abrindo espaço para o filme religioso de bilheteria garantida nos feriados cristãos.
Na Sexta-Feira da Paixão, numa das sessões noturnas, quando Cristo, com a cruz ao ombro iniciava sua subida para o Calvário, eis que surge na tela a figura de Charles Starrett (1904-1986), como o mascarado Durango Kid, em disparada pelas planícies do Oeste, montando seu bonito cavalo branco Raider.
Confusão na platéia, luzes acesas, apupos, assovios, coisa de louco durante alguns minutos. Logo, tudo de volta ao normal: as luzes se apagam e, na tela, vê-se novamente o Filho de Deus em seu martírio.
ACONTECEU que, naturalmente, cansado pelo esforço concentrado nos dois dias de sufoco, em vez de colocar no segundo projetor a bobina com a continuação da Vida de Cristo, distraiu-se e colocou a bobina com rolos da série Durango Kid, que estava pronta no armário desde a quarta feira e que seria usada no dia seguinte, com a volta do filme em cartaz.
Este é mais um dos "causos" reais, registrado por João Lepiane, em seu artigo na revista Cinemin, em sua seção Isto não é fita...é fato.
BIBLIOGRAFIA:Revista Cinemin- nº 70.pG 27- Isto não é fita...é fato- AUTOR: João Lepiane- 1989/ Editora Brasil-América.
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